7 Mitos sobre a dor nas costas (lombalgia)

O site pesquisaemdor.com.br publicou em dez/16 um artigo entitulado “15 mitos sobre dor lombar”. Decidi compartilhar alguns destes mitos, difundindo esta informação, porém com algumas modificações:

#️⃣ Mito 1 – Ter dor na coluna é comum e normal

Apresentar um episódio de dor aguda na coluna é comum, mas não é normal esta dor persistir.

Até oitenta por cento (80%) da população sofrerá um episódio de dor na coluna lombar durante a sua vida. Ter dor na lombar é como ficar cansado ou triste, não gostamos, porém isso ocorre em algum momento para quase todo nós.

O que não é comum no entanto, é não se recuperar de um episódio de dor na coluna. A maioria dos episódios de dor aguda nas costas tem prognóstico excelente. 

Nas duas primeiras semanas após um episódio agudo de dor, a maioria das pessoas descreve uma melhora significativa dos seus sintomas, com 85% das pessoas se recuperando completamente aos três meses. Apenas um pequeno número de pessoas desenvolve problemas persistentes e debilitantes.

A maioria das pessoas descreve a ciatalgia como uma dor se irradia da região lombar baixa, passando pelas nádegas e se estendendo por uma ou pelas duas pernas até o(s) pé(s).

#️⃣ Mito 2 – Exames radiológicos de imagem são muito importantes

Tanto os profissionais da saúde quanto as pessoas leigas consideram com frequência a requisição de imagens radiológicas “só pra checar” se tem algo mais sério causando a dor.

No entanto, todas as fontes de evidência sugerem que imagens diagnósticas demonstram algo realmente importante em apenas uma pequena minoria (<5%) de pessoas com dor na coluna lombar.

Baseado nos sintomas e história clínica de uma pessoa, uma consulta médica permite identificar se o exame radiológico será realmente necessário naquele momento.

#️⃣ Mito 3 – Os exames de imagem indicarão a causa da minha dor

Quando as pessoas fazem um exame radiológico, por exemplo uma ressonância magnética, devido a dor na coluna lombar, as imagens mostram, com frequência, alterações que têm pouca relação com a dor.

De fato, estudos demonstraram que mesmo pessoas assintomáticas, ou seja, que não têm dor na coluna, apresentam alterações na ressonância magnética como protrusão discal (52% das pessoas), degeneração dos discos ou ‘discos pretos’ (90%), hérnias de disco (28%) e alterações ‘artríticas’ visíveis (38%). Lembre-se, essas pessoas NÃO tem dor!

Infelizmente, em alguns casos, pessoas que sentem dor nas costas são informadas que estes achados radiológicos indicam que a coluna está danificada, o que pode levar a mais medo, aflição, estresse e evitação das atividades.

O fato é que muitas destas alterações vistas em imagens diagnósticas são como a calvície, uma alteração que indica uma combinação de envelhecimento e genética mas que não são necessariamente dolorosas.

#️⃣ Mito 4 – Ficar em repouso alivia a dor na coluna

Ficar de repouso na cama não ajuda

Nos primeiros dias após a lesão inicial, evitar atividades agravantes pode auxiliar na redução da dor, da mesma forma como se faria na presença de dor em outra parte do corpo, como após um entorse de tornozelo por exemplo.

Porém, existe forte evidência científica de que manter-se ativo e retornar gradualmente a todas atividades usuais, incluindo trabalho e hobbies, são importantes auxiliares na recuperação.

Em contraste, repouso prolongado na cama não ajuda, e está associado a maiores níveis de dor, incapacidade física, recuperação menos favorável e absenteísmo do trabalho por períodos mais longos. De fato, quanto mais tempo a pessoa passar na cama devido a dor na coluna, mais dor ela sentirá.

#️⃣ Mito 5 – Dor intensa nas costas significa que a coluna está muito danificada

Sentir mais dor não significa, necessariamente, que há mais dano. Em última análise, dois indivíduos com a mesma lesão podem sentir níveis diferentes de dor.

Como dissemos anteriormente existem pessoas assintomáticas (sem dor) que apresentam diversas alterações na coluna visualizadas através de estudo de ressonância magnética (RM) e, por outro lado, há pessoas com uma RM praticamente normal, que sentem dor crônica intensa e refratária a diversos tratamento.

O nível de dor percebido pode variar de acordo com uma série de fatores, incluindo a situação na qual a dor ocorre, experiências passadas, humor, medo, nível de estresse, questões culturais e a forma de lidar com a dor.

#️⃣ Mito 6 – Para tratar a dor na costas definitivamente preciso fazer uma cirurgia. O resto é paliativo.

Apenas uma pequena parcela das pessoas com dor na coluna requerem cirurgia.

O tratamento da dor na coluna vertebral deve ser realizada, inicialmente, de forma não-cirúrgica, através de diferentes modalidades existentes, entre elas:

  • Analgesia (uso de diferentes medicamentos, com diferentes formas de ação e diferentes objetivos);
  • Fisioterapia; Pilates;
  • Agulhamento seco;
  • Terapia comportamentais e orientação sobre a dor crônica;
  • Etc.

Em alguns casos as injeções de medicamentos na coluna (infiltrações ou bloqueios) podem estar indicadas para alívio da dor, assim como denervações e rizotomias.

A cirurgia também é uma opção de tratamento que pode ser muito útil, porém é indicada apenas na minoria dos pacientes. Quando bem indicada, a cirurgia possui ótimos resultados.

#️⃣ Mito 7 – Fazer atividades físicas pode aumentar minha dor nas costas

É comum, especialmente durante os primeiros dias de dor na coluna, que o movimento se torne um tanto alterado. Essa alteração de movimento geralmente se resolve conforme a dor diminui.

Apesar de ser difícil no começo, é importante voltar a fazer, aos poucos, as atividades que a pessoa valorize, mesmo que sejam dolorosas ou causem medo.

Muitas pessoas, após um episódio de dor na coluna, podem começar a se mover de forma diferente devido a medo da dor ou crença de que a atividade é perigosa. Estas alterações de movimento podem não ser saudáveis a longo-prazo e podem, na realidade, aumentar a tensão nas costas.

Portanto, atividades físicas supervisionadas por profissionais (fisioterapeuta, educador físico) deve fazer parte do tratamento das dores na coluna.

Você pode acessar o artigo do site Pesquisa em Dor, na íntegra, clicando aqui.

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