Uso de opióides por idosos. Algumas considerações importantes devem ser feitas!

Olá,

Os medicamentos analgésicos opióides (codeína, tramadol, oxicodona, morfina, metadona, etc) são amplamente utilizados para tratamento de dores crônicas de moderada a forte intensidade.

Quando utilizados em idosos, alguns fatores devem ser levados em consideração, devido às peculiaridades deste grupo de pacientes.

A Sociedade Americana de Geriatria passou a considerar o uso de opióides como opção eficaz e, por vezes, indispensável para o tratamento das dores em pacientes idosos, em virtude, dentre outros fatores, dos eventos adversos potencialmente graves associados ao uso dos anti-inflamatórios (ex: diclofenaco, ibuprofeno, etc) e COXIB´s (ex: celecoxib).

Em pacientes adequadamente selecionados e monitorados os analgésicos opióides são apropriados para o tratamento de dor persistente de moderada a intensa que não esteja adequadamente controlada por outras categorias de analgésicos.

Devido aos eventos adversos mais frequentes em idosos, analgésicos opióides  devem ser utilizados com cautela e sob supervisão, entretanto estudos já demonstraram que o uso a longo prazo de opióides para o alívio da dor não provocou danos no organismo.

Riscos do uso de opióides no idoso

Os idosos apresentam maior risco de apresentarem  superdose quando comparados a pacientes jovens.  Além disso, o uso concomitante de benzodiazepínicos  (ex: clonazepam, bromazepam, etc) e outros fármacos  psicotrópicos é mais frequente em pacientes idosos, o  que aumenta o risco de sedação.

Recomendações gerais para uso de opióides em idosos

– Evitar o emprego de opióides em pacientes com déficit cognitivo (ex: demência) ou os que vivem sozinhos, a menos que exista supervisão para uso adequado do fármaco;

– Iniciar o tratamento com dose baixa (de até 50% da dose inicial sugerida para adultos), aumentar a dose lentamente e espaçar o intervalo entre as doses. O monitoramento deve ser frequente e o uso de benzodiazepínicos restrito. Isto para reduzir o risco de quedas e comprometimento cognitivo;

– Utilizar preferencialmente medicamentos de liberação controlada. No entanto, o uso de fármacos de liberação imediata pode ser empregado no controle de dor aguda ou como fármacos de resgate;

– Considerar três dias para a avaliar a tolerância ao opióide;

– Monitorar a função renal periodicamente ou as alterações clínicas;

– Reconhecer sinais de superdose, como fala arrastada, labilidade emocional, ataxia (desequilíbrio) e sonolência durante a conversa ou atividade;

– Tratar constipação (“prisão de ventre”) profilaticamente ao usar qualquer opióide no idoso

– Lembrar que tramadol deve ser iniciado com precaução em pacientes que utilizam outros psicotrópicos, pelo maior potencial de causar tontura ou crise serotoninérgica. O tramadol está contraindicado nos pacientes com epilepsia.

Este texto é baseado em artigo publicado na edição especial da revista DOR – Aspectos práticos do uso da morfina

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