Injeções espinhais para tratamento da Dor

A injeção anestésica epidural (na coluna) foi descrita em 1930 para tratamento de dor ciática (dor na perna por compressão do nervo ciático). Injeção epidural de corticóide (IEC) foi realizada pela primeira vez nos anos 1950 e tornou-se uma opção terapêutica durante os anos 1960. Nos anos 1970 a IEC se tornou importante no tratamento da lombalgia e ciatalgia (dor lombar e dor lombar e nas pernas).

Inicialmente as injeções epidurais foram realizadas “às cegas”, ou seja, sem a utilização de equipamentos para direcionar a agulha até seu alvo (radioscopia ou fluoroscopia). Desta forma, grande parte das injeções acabava sendo aplicada fora do alvo desejado, com consequente falha na resposta terapêutica e com maus resultados clínicos.

Atualmente tais procedimentos são realizados guiados por equipamentos como radioscopia/fluoroscopia (faz raios x durante a inserção da agulha, mostrando o local exato da ponta da agulha, onde será injetada a medicação), tomografia computadorizada ou ultrassonografia. São ainda injetados contrastes para a correta verificação do local de injeção da medicação, comprovando-se assim que o alvo terapêutico será atingido.

A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) revolucionaram o diagnóstico não-invasivo das fontes de dor. Com orientação fluoroscópica são realizadas, além das injeções epidurais, injeções facetárias, bloqueios de raizes nervosas/gânglios dorsais, bloqueios de sistemas simpáticos, etc.

Quando estenose espinhal, hérnia de disco e artrose facetária se correlacionam com sintomas eles são alvos para intervenções terapêuticas. Quando a correlação é incerta, eles podem ser alvos de intervenções diagnósticas. Portanto, as injeções epidurais podem ter os seguintes objetivos:

1. diagnóstico: identifica ou exclui a fonte da dor. Neste caso é injetado apenas anestésico local, de curta duração

2. terapêutico: promove o alívio da dor por tempo mais prolongado, apesar deste tempo variar caso a caso. É injetado corticosteróide/corticóide de depósito, de longa duração

Durante os anos 1980 e 1990 houve um aumento muito grande do volume de intervenções espinhais. As taxas de injeção epidural lombar para estenose espinhal aumentaram 300% em 2 décadas (de 1994 a 2011). Em 2010, mais que 2.2 milhões de injeções epidurais lombares foram realizadas em pacientes do Medicare nos EUA. Injeções facetárias aumentaram 147% de 1993 a 1999 e outros 300% de 1998 a 2001.

A injeção epidural de corticóide e anestésico local é um método útil, minimamente invasivo e seguro de diagnóstico e tratamento da dor na coluna vertebral e da dor radicular (braços ou pernas). Seu objetivo é aliviar a dor rapidamente e de forma importante, por tempo indefinido (geralmente alguns meses), melhorar a qualidade de vida e reduzir as limitações físicas, possibilitando melhor convívio social e maior facilidade para realização de outros tratamentos necessários, como fisioterapia, RPG, Pilates, etc.