Os nervos trigêmeos (quinto par craniano) são responsáveis pela inervação motora dos músculos responsáveis pela mastigação e pela inervação sensitiva de quase toda a face. É divido em 3 raízes (V1 – oftálmico; V2 – maxilar; V3 – mandibular).
A neuralgia do trigêmeo se caracteriza por uma dor aguda, rápida, em choque, de forte intensidade, normalmente unilateral, em um ou mais dos territórios inervados pelo nervo trigêmeo. A causa mais comum é a proximidade a uma artéria (geralmente a a. cerebelar superior), sendo que as pulsações deste vaso sobre o nervo deflagram a dor. Existem outras causas menos comuns de neuralgia do trigêmeo como tumores e esclerose múltipla.
O tratamento inicial é medicamentoso e normalmente o paciente apresenta controle satisfatório das crises de dor. Quando a neuralgia é refratária à medicação em dose adequada ou quando o paciente apresenta intolerância ao tratamento medicamentoso, pode estar indicado o tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico da neuralgia do trigêmeo pode ser realizado através de diferentes técnicas:
– microcirurgia com descompressão microvascular (é tratada a causa do problema, separando-se a artéria do nervo)
– neurólise do nervo trigêmeo com balão (cirurgia percutânea onde o nervo é comprimido e sofre uma lesão, extinguindo-se o estímulo doloroso)
– neurólise do nervo trigêmeo com radiofrequência (cirurgia percutânea onde um ramo do nervo sofre uma lesão térmica, extinguindo-se o estímulo doloroso no ramo lesado)
Cada uma destas técnicas apresenta riscos e benefícios e a escolha da melhor modalidade de tratamento deve ser analisada caso a caso pelo neurocirurgião.