Dor crônica. Uma doença, e não um sinal de alerta!

A dor, tanto aguda como crônica, tem recebido a atenção dos profissionais de saúde a milênios.

Hipócrates, na Grécia antiga, já referia que aliviar a dor é uma obra divina.

O professor do Hospital Universitário de Madri, Antonio Ojugas, na sua obra “A dor através da história e da arte” vol. 1 (Editora Atlas Medical Publishing Ltd. UK. 1999), refere : “Por isso, (referente à dor e ao sofrimento) em todas as civilizações, em todos os países e em todos os momentos históricos, tentou-se explicar o que é e porque sentimos a dor e a forma de combatê-la, daí porque ela foi o motivo mais importante e decisivo para o desenvolvimento da arte de curar”.

Nas últimas décadas verificamos um grande interesse e um progresso muito importante na área de dor, com estudos sobre sua etiologia, mecanismos, métodos diagnósticos, modalidades de tratamento, etc.

Podemos dizer que o aumento na sobrevida em geral da humanidade é um dos determinantes desse maior interesse.

Vivenciamos um rápido e vultuoso crescimento da população em geral, com um aumento importante na vida média da população. As pessoas têm, portanto, maior possibilidade de apresentarem condições dolorosas características da terceira idade e ficam mais expostas a outras condições potencialmente dolorosas (doenças, traumas, etc).

O aumento da sobrevida em relação às doenças (câncer, trauma, AVC, etc) também propicia maior incidência de sequelas dolorosas.

Admite-se a prevalência das dores crônicas em aproximadamente 30% da população de um país. Teríamos, desta forma, no Brasil, aproximadamente 50 milhões de pessoas com dores crônicas e no Espírito Santo cerca de 1 milhão de pessoas. Seguramente uma queixa refletindo uma das maiores prevalências de doença em nosso país!

É importante ressaltar que, diferentemente da dor aguda, que tem função primordial de alarme, a dor crônica, por si só, perde a finalidade biológica de alarme, sendo considerada como doença, e não sintoma.

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